Brasil dá sinais de grande vitalidade no comércio internacional

Publicado no sítio vermelho.org.br, São Paulo, SP, 05 de janeiro de 2016.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou, em 4 de janeiro de 2016, as estatísticas do desempenho do Brasil na área da balança comercial em 2015. Segundo os números do MDIC o País teve um saldo comercial de US$ 19.7 bilhões, o melhor dos últimos quatro anos. A boa notícia não ficou apenas por conta do valor quantitativo absoluto, mas compreende também o perfil qualitativo das exportações.

O combalido setor industrial brasileiro, que muito sofreu nos últimos anos por uma política cambial desequilibrada, foi o que mais colaborou com o resultado positivo, com 51.9%, superando os produtos básicos, que responderam por 45.6% das vendas externas. O mês de dezembro de 2015, quando já vigorava a nova realidade cambial e sua manutenção se afirmava, foi o que apresentou o melhor resultado.

O bom desempenho da balança comercial do ano passado deve colocar as reservas cambiais brasileiras por volta de U$ 390 bilhões, uma das maiores do mundo. É sabido que as reservas cambiais de um país são o principal fator de credibilidade para a atração dos investimentos externos, de vez que permitem tanto o repatriamento dos investimentos como eventuais remessas de lucros ao exterior. As reservas, ademais, asseguram a adimplência tanto dos agentes públicos quanto do setor privado nos empréstimos tomados junto aos mercados financeiros voluntários internacionais.

A situação muito favorável do Brasil pode ser ainda melhor avaliada quando se faz uma análise comparativa das reservas externas. De fato, o Brasil tem aproximadamente tantas reservas externas quanto todos os outros países da América Latina em conjunto. Nossas reservas são equivalentes às da Alemanha, França e Espanha somadas e também próximas daquelas dos Estados Unidos da América (EUA), país que emite sua própria moeda de reserva.

Agora que o Brasil já fez o necessário ajuste cambial, trazendo a taxa de câmbio do Real a um nível realista e compatível com as necessidades de competitividade internacional da economia brasileira, temos como resultado uma plataforma de estabilidade para a produção no País, destinada ao mercado exterior.

A posição saudável das reservas, juntamente com a estabilidade cambial num patamar razoável, para além de afastar a fuga de capitais brasileiros, traz credibilidade ao País e encoraja o setor privado doméstico a investimentos destinados à produção de bens, mercadorias e serviços a serem colocados nos mercados internacionais. Pouco a pouco, esse cenário potencialmente virtuoso poderá trazer também repercussões positivas na ordem econômica interna, melhorando outros índices.

Parece certo que os números do setor externo brasileiro no ano passado estimulam e recomendam uma retomada dos investimentos privados nacionais e estrangeiros visando uma maior atuação no comércio internacional.

Estamos no bom caminho.