Fortalecendo a Cooperação para Tentar Resolver a Crise

Entrevista concedida ao jornalista Zhang Xinsheng – correspondente Chefe do Diário de Ciência e Tecnologia.
Versão em Mandarim

Por: Zhang Xinsheng – Correspondente Chefe do Diário de Ciência e Tecnologia

O Profissional Líder para Serviços Legais Relacionados ao Comércio entre China e Brasil

A sede de Noronha Advogados é um prédio de seis andares, localizado em uma área limpa e próspera. Tenho conhecimento que Noronha Advogados foi o primeiro escritório de advocacia da América Latina a montar uma filial na China e vem se dedicando ao desenvolvimento de relações econômicas e comerciais entre China e Brasil. Logo, sempre tive vontade de discutir com Dr. Noronha sobre a relação dentre China e Brasil. Noronha Advogados acaba de celebrar seu 30° aniversário há poucos meses.

O Sr. Noronha estudou Direito nos Estados Unidos, Portugal e Brasil em sua juventude. Ele fundou Noronha Advogados em 1978 e foi apontado como Representante Brasileiro para a Rodada Uruguai de negociações do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), árbitro do GATT, presidente da Associação do Mercosul para a prevalência do Direito nas Relações Internacionais e árbitro da OMC (Organização Mundial do Comércio), etc. e tem ainda uma grande rede de relacionamentos com políticos brasileiros, empresários e especialistas em Direito Internacional. Além de fornecer serviços jurídicos a governos e empresas, o Dr. Noronha publicou muitos livros e artigos relacionados ao comércio internacional, Direito e finanças internacionais. O Dr. Noronha tem uma vasta experiência e uma grande carga de conhecimento e também é muito gentil e com um bom senso de humor. É muito simpático à China e muito interessado sobre cultura chinesa. Em 2001, o Dr. Noronha foi pioneiro ao montar uma filial em Xangai e tem fornecido muitos serviços jurídicos para desenvolver as relações econômicas e comerciais entre China e Brasil.

Países em Desenvolvimento Irão se Erguer na Crise

Fiquei muito satisfeito por ser cumprimentado por Dr. Noronha em um padrão Chinês, quando nos encontramos pela primeira vez. Como jornalista, minha primeira pergunta foi sobre sua análise da atual crise financeira mundial. Dr. Noronha disse que a atual crise financeira internacional é o resultado da acumulação a longo prazo de vários de fatores que se seguiram após a Segunda Guerra Mundial. No final da década de 40, os países desenvolvidos forçaram os países em desenvolvimento a aceitar o Neoliberalismo, que ignorou a função de controle nacional, pois tudo dependia do mercado. Agora, esta prosperidade artificial entrou em colapso. Esta crise nos faz ver que o Neoliberalismo falhou e na verdade, esta crise reconstruirá o sistema internacional, incluindo o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio. Países em desenvolvimento têm resistido ao Neoliberalismo e recentemente, mudaram o modelo econômico para tentar superar a crise. Países europeus e americanos também tiveram que nacionalizar bancos, comprar bens e ações dos bancos a fim de lidar com a crise, o que é considerado como “medidas anti-mercado”. O Dr. Noronha disse que isto é muito interessante porque os países desenvolvidos costumavam acusar os chineses de fazerem as mesmas coisas que eles estão fazendo agora. E a China parece mais um país de economia de mercado. O Dr. Noronha enfatizou que todos os países precisam tomar as medidas necessárias para conter a atual crise que é uma falha no sistema.

Em relação a como refrear esta crise nos países em desenvolvimento, o Dr. Noronha fala de forma otimista que a situação atual irá afetar a todos os países, no entanto, os novos países em desenvolvimento, tais como China, Brasil, Índia e África do Sul, que têm sistemas econômicos independentes, irão continuar a ser prósperos, entretanto, em certa parte, seus desenvolvimentos irão diminuir. Ao mesmo tempo, a cooperação entre os países em desenvolvimento está se fortalecendo para juntos, superarem esta crise.

Cooperação entre China e Brasil

Em relação ao efeito desta crise financeira e a perspectiva de relação econômica e comercial entre China e Brasil, Dr. Noronha declarou que a relação foi positiva e que ambas as partes vem se beneficiando dela. O comércio internacional brasileiro é 50% do PIB e vai manter seu contínuo desenvolvimento. A China é o parceiro comercial mais importante do Brasil e o Brasil realmente aprecia a cooperação entre os dois países. A cooperação vai ser fortalecida não apenas no setor econômico, mas também nos aspectos político, cultural e social. Tanto Brasil quanto China são fortes em comércio nacional e a tendência de comércio entre os dois países é muito positiva. Ele disse que não haveria problemas se não houvesse comércio, nesse caso a relação seria muito positiva, muito embora houvessem alguns problemas e desafios inevitáveis.

O Dr. Noronha disse que enquanto a China e o Brasil mantiverem o desenvolvimento nas relações econômicas e comerciais, eles também deveriam fortalecer a cooperação nos setores econômicos e culturais. Aparentemente, há muitos bons exemplos desta tendência positiva, tais como o Instituto Confúcio, Casa de Pequim e a Casa do Brasil na China.

Ao fim, o Dr. Noronha previu que pra os próximos 10 anos, China e Brasil cooperariam imensamente em investimento, especialmente investimentos nas áreas de energia, recursos naturais e construção.