Discurso por ocasião da inauguração da ALLA – Academia Louveirense de Letras e Artes, Louveira – SP, Brasil, 22 de agosto de 2015.
Excelentíssimas autoridades, Senhoras e Senhores,
É com enorme satisfação que a União Brasileira de Escritores saúda a criação da Academia Louveirense de Letras e Artes, na data de hoje e se junta à UBE na luta pela afirmação da cultura, que é, como disse Matthew Arnold, a busca da perfeição total, o conhecimento do melhor que existe no mundo. O corolário disso, como nos lembrou Aristóteles, é que os homens cultos estão para os incultos assim como os vivos estão para os mortos.
A UBE, ademais, patrocina a defesa dos escritores nacionais e bem assim da cultura brasileira, tendo como referência a gloriosa história da entidade. Criada em 14 de março de 1942, adquiriu a presente denominação em 1958. A UBE teve como seus primeiros e principais líderes Mário de Andrade, Sérgio Milliet, Sergio Buarque de Holanda, Manoel Bandeira, Afonso Arinos, Viana Moog, José Luís do Rego e Caio Prado Júnior. Dentre seus membros figuraram Monteiro Lobato, Jorge Amado, Gilberto Freyre, Carlos Drummond de Andrade, Florestan Fernandes e Wilson Martins, dentre outros.
No presente momento, a UBE promove ações de afirmação da língua portuguesa, da cultura brasileira, do hábito da leitura, de formação em redação, de disseminação de teoria e prática literária, bem como de defesa do interesse dos escritores nos mais diversos níveis. Em suas novas instalações, a UBE promove cursos, eventos e ações de cooperação cultural internacional. Recentemente, foi firmado um convênio com o Centro de Mediação da Fundação Getúlio Vargas para um serviço gratuito aos filiados da UBE.
O grande crítico literário brasileiro, Prof. Alfredo Leme Coelho de Carvalho, tem uma visão ampla do que seja literatura. Ele vê como estreito o conceito de David Daiches que compreende o termo como tendo por fim, não a comunicação dos fatos, mas o narrar uma estória através do uso da imaginação inventiva no emprego da palavra. De fato, Coelho de Carvalho, também membro da UBE e componente de seu núcleo de São José do Rio Preto, propõe que o uso da imaginação inventiva no emprego das palavras possa se referir a outros escritos, incluindo o ensaio. Para ele, Cícero, Pascal, Padre Vieira, Euclides da Cunha e até Rui Barbosa produziram literatura [Alfredo Leme Coelho de Carvalho, “Ensaios de Teoria e Crítica Literária”, Editora Rio-Pretense, São José do Rio Preto, 2ª. Edição, 2015, página 35 et seq.].
Nós da UBE também entendemos o perfil do escritor no sentido lato e aceitamos como membros da entidade tanto os autores de obras literárias como também aqueles de estudos e trabalhos de caráter científico.
Nesta ocasião, tenho a máxima satisfação em convidar os membros da Academia Louveirense de Letras e Artes para formar um núcleo da UBE em Louveira, de maneira a cooperar mais estreitamente na perseguição da afirmação de nossos valores culturais e na defesa dos interesses do escritor.
Viva o Brasil, viva São Paulo, viva a língua portuguesa, viva Louveira e sua Academia de Letras e Artes.
Senhoras e Senhores, muito obrigado.