Relacionamento Econômico entre Brasil e China

Apresentação feita no auditório do escritório Noronha Advogados, com a participação da Cônsul Geral da República Popular da China, Sra. li Jiaolyun, em 18 de outubro de 2005, São Paulo, SP, Brasil.

Há pouco mais de trinta e um anos, em 15 de agosto de 1974, Brasil e China restabeleceram relações diplomáticas, após cerca de uma década em que os dois grandes países em desenvolvimento, lamentavelmente, ignoraram-se. Como resultado, as relações políticas, culturais e econômicas haviam sofrido uma interrupção quase que absoluta.

Retomadas as relações, gradualmente foram igualmente recuperadas todas aquelas atividades, incluindo o intercâmbio comercial, a início muito modesto. Por muitos anos, a China permaneceu alienada do sistema multilateral de comércio, do GATT, inicialmente, e depois da OMC. Essa alienação fez com que o país asiático sofresse injustas discriminações e fosse prejudicado na busca do desenvolvimento econômico e social de seu povo.

Em 11 de dezembro de 2001, depois de um processo de negociação de 15 anos, a China foi finalmente admitida como o 143º membro do sistema multilateral do comércio. O país já vinha liberalizando sua economia há mais de uma década, com grande sucesso. Naquele ano, a corrente de comércio bilateral entre o Brasil e a China chegava já à importante marca de US$ 3.3 bilhões, com um superávit brasileiro de cerca de US$ 600 milhões.

Esse montante duplicou-se no ano de 2003, quando o Brasil teve um superávit de US$ 2.3 bilhões com a China. No ano seguinte, a corrente comercial bilateral já chegava a mais de US$ 9.5 bilhões, com um saldo brasileiro de cerca de US$ 1.7 bilhão. Para esse ano, as projeções indicam uma corrente bilateral de comércio entre Brasil e China de aproximadamente US$ 12 bilhões, quase quatro vezes o montante havido em 2001.

Assim, Brasil e China formam uma parceria estratégica de inegável sucesso. As recentes disputas são apenas uma exceção, que confirma a regra. Quando não tínhamos relações, não tínhamos disputas e ninguém ganhava com isso. Para ouvirmos a visão chinesa dessa história de sucesso, ouviremos, com grande atenção, a Cônsul Geral da República Popular da China, Sra. Li JiaoYun (2)

(2) Proferida em São Paulo, Brasil, no dia 18 de outubro de 2005, por ocasião da palestra “Relacionamento Econômico entre Brasil e China”.