Resenha publicada na revista IstoÉ, Brasil. 28 de setembro de 2020.
Considerada uma das maiores torcidas organizadas do País, a Gaviões da Fiel possui um histórico marcante de presença e força no Corinthians. Ao longo dos seus 51 anos, a agremiação percorreu o caminho de fiscalizar os dirigentes do timão até atingir destaque no Carnaval paulistano.
O que poucos sabem é que atrás da instituição das arquibancadas estão pessoas que dedicaram grande parte da vida ao crescimento e manutenção da torcida. É o caso de Flávio La Selva, fundador e primeiro sócio da Gaviões.
A história de Flávio é contada no livro “O Escudeiro de São Jorge – Flavio La Seva e a Gaviões da Fiel”, escrita pela irmã do gavião, Wanda La Selva, e por seu amigo Durval de Noronha Goyos Júnior.
A obra faz um paralelo com a fundação de uma das principais torcidas organizadas do País com o ambiente político da época. Vale lembrar que em 1 de julho de 1969, data da fundação da Gaviões, o Brasil começava a viver o auge do período de repressão do regime militar.
Outro ponto descrito no livro são fatos e histórias de São Paulo que contribuíram para a criação da agremiação das arquibancadas mais antiga da capital paulista. A trajetória de Flávio também se confunde com a imigração italiana na cidade. Advogado e professor, o corintiano foi criado nas ruas da Mooca, na Zona Leste, e o sobrenome La Selva vem dos familiares que imigraram do velho continente.
Além de lutar contra o então presidente do Corinthians, Wadih Helu, e atuar como educador, o gavião número um era um católico convicto dedicado ao estudo da teologia.
Wanda utilizou o acervo histórico do alvinegro paulista, além de colher depoimentos de jornalistas e sócios do timão para contextualizar a trajetória do irmão e dos movimentos dos quais ele participou. Como ela mesmo o define, Flávio era um apaixonado pelo Corinthians, pelo Brasil e pela democracia.