Apresentação do Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães

Discurso proferido na UniAnchieta, em Jundiaí, 10 de agosto de 2012.

Começo a apresentação do Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães com a projeção da bandeira do Brasil, símbolo apropriado para caracterizar não apenas sua linha de pensamento como a história de sua vida. Samuel Pinheiro Guimarães é, em primeiro lugar, um patriota.

Advogado de formação, ingressou no Itamaraty em 1963. Foi responsável pela Fundação Alexandre de Gusmão, centro de pensamento e de formação educacional do Itamaraty, no qual publicou a série Visões Brasileiras, livros com análises sobre diversos parceiros do Brasil, como a República da África do Sul, a Alemanha, a Argentina, a Índia, o Reino Unido e os Estados Unidos da América.

Naquela capacidade, liderou o pensamento brasileiro que demonstrava a inadequação da proposta da chamada Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) para os interesses nacionais. Publicou, então, o clássico 500 Anos de Periferia. Demitido por expressar uma visão acadêmica nacionalista pelo Celso Lafer, o pior chanceler brasileiro na história, segundo Moniz Bandeira, saiu Samuel o Brasil afora para denunciar os riscos da iniciativa.

Em 2003, no início do governo Lula, foi nomeado secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, o segundo posto do Itamarary, no qual ficou até outubro de 2009. Seu livro Desafio Brasileiros na Era dos Gigantes formulou as diretrizes gerais da política externa brasileira. Por esse trabalho, foi eleito em 2006 o Intelectual do Ano e recebeu o troféu Juca Pato pela União Brasileira de Escritores, então presidida por Levy Bucalén Ferrari, aqui presente.

Nesse período, na qualidade de secretário-geral do Itamaraty, pôde contribuir decisivamente para acabar com as negociações da ALCA, eliminando o risco de potenciais consequências devastadoras para o Brasil, no que contou com a valorosa contribuição do Embaixador Adhemar Bahadian, que hoje nos honra com sua presença. Recebeu então o título de doutor honoris causa pela UNIBRASIL, em Curitiba, onde um dos centros acadêmicos recebeu o seu nome.

De outubro de 2009 até 31 de dezembro de 2010, no final da administração Lula, Samuel Pinheiro Guimarães foi ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, à frente da qual produziu o melhor e mais amplo estudo da estratégia setorial do Brasil, intitulado Brasil 2022.

Em janeiro de 2011, Samuel Pinheiro Guimarães foi nomeado Alto-Representante Geral do Mercosul, tendo como funções a articulação política e representação das posições comuns do bloco. Não havia candidato mais qualificado pelo posto, em função dos seus esforços históricos em favor do Mercosul. Renunciou ao posto em 28 de junho deste ano. Hoje, retoma suas atividades acadêmicas.